quarta-feira, 29 de maio de 2013

Globo Educação sobre o PNEM

Ibram cria política para promover


educação em museus em todo o país


Programa Nacional de Educação Museal visa a aumentar aproximação com a sociedade para ampliar acesso à cultura e ao conhecimento

Intenção do Pnem é educar por meio das exposições em museus (Foto: Divulgação / Ibram)Intenção do Pnem é educar por meio das exposições em museus (Foto: Divulgação/Ibram)
Uma visita ao museu pode ser muito mais que apenas um passeio contemplativo. E para educadores não apenas pode, como deve. Para suprir essa necessidade, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) criou o Programa Nacional de Educação Museal (Pnem). A ideia é fazer com que estudantes não apenas vejam os elementos expostos, mas aprendam com eles.
O programa nasceu a partir da Carta de Petrópolis, documento produzido durante encontro de educadores e diretores de museus na Cidade Imperial. A reunião tinha como objetivo a criação de bases para promover uma política nacional de educação nessas instituições.
Monica Padilha, técnica do Ibram, afirma que é preciso reforçar a conexão dos museus com a sociedade. “Queremos fortalecer a parte de educação, para que os museus cumpram de verdade esse papel. Por isso pensamos em criar um programa que desse condições de subsidiar as atividades de educação”, explica.
O programa ainda está em fase de elaboração e consulta. Até agora, as dicussões vinham sendo feitas por meio do blog do Pnem. Até o fim do ano, porém, serão realizados apenas encontros presenciais, que resultarão em um documento com as regras e diretrizes para aplicação do Pnem.
“A partir dessa discussão, a gente já conseguiu visualizar várias demandas de educadores para fortalecer essa área. E será possível fazer um intercâmbio entre os museus do Brasil”, completa Monica. Uma das maiores críticas dos educadores é que não há um departamento dedicado à educação para elaborar e apresentar as exposições.
A intenção é criar, em cada museu federal, um setor que pense especificamente em educação. “É importante que haja pessoas pensando nisso desde o momento de montagem de uma exposição. Não é para pensar só depois que já está tudo montado e quando os alunos vão visitar”, explica Monica, que comemora a união de educadores em torno do projeto: “Criamos uma rede em todo o país.”
Ideia é ir além da simples contemplação das obras (Foto: Divulgação / Ibram)Cada museu terá um setor específico para
pensar a educação (Foto: Divulgação / Ibram)
A descentralização das ações é vista como um fator positivo pelo Ibram, que, admite Monica, não consegue alcançar todos os recantos do Brasil. O importante agora, ela diz, é popularizar. “Os museus muitas vezes foram vistos como lugar elitista. As pessoas têm receio de entrar, acham que é para poucos. Mas nós queremos que ele pertença a todos, não só à elite. Ter educação nos museus é fundamental para preservar a memória e ampliar o acesso ao conhecimento”, finaliza Monica.
Quem comemora a vinda do Pnem é o historiador Aterlane Martins. Além de fazer parte da direção da Rede de Educadores em Museus do Ceará, o professor também participa das discussões promovidas pelo Ibram para elaborar o programa.
“Uma das intenções do Pnem é reconhecer todas as práticas de educação museal que já existem no Brasil há muitos anos em várias instituições. E também queremos ter uma proposta organizada para orientar os museus a promover educação”, conta Martins.
Ele explica ainda que um educador é diferente de um guia de museu. “A proposta do guia é te dar informações prontas. Já o educador é um mediador. Ele faz a mediação entre o conhecimento das pessoas e o que está exposto no museu. Ele tem uma proposta de educação mais aberta, discutida. Não é um discurso pronto que vai colocar para os visitantes”, conta o professor.
Para Martins, a criação do Pnem vai permitir uma experiência mais rica de educação museal no Brasil. “Vamos ter criação de novas experiências, replicação das bem-sucedidas. O programa vai colocar equipes profissionais para trabalhar nessa área. Assim como todo museu tem departamento de restauro, de curadoria e outros, vai passar a ter um de educação, composto por pessoas que têm formação para isso”, comemora. Segundo o professor, os educadores já existem, mas agem alocados em outras áreas e sem função específica.

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